O cortisol não é o lobo mau do seu organismo:
Quando falamos no hormônio cortisol é quase certo que você irá pensar na relação dele com estresse ou ansiedade. Essa visão levou o cortisol a ser conhecido como o “lobo mau” dos hormônios.
Contudo, ele não é de todo mau! Ele possui importantes e essenciais atividades dentro do nosso organismo. Entenda mais sobre o cortisol:
Onde é produzido e para que serve o cortisol?
O cortisol é um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais, que ficam logo acima dos rins, e é liberado na circulação para regular as funções do organismo.
A função do cortisol, com o passar dos anos, foi sofrendo adaptações. No início do desenvolvimento da espécie humana, esse hormônio ajudou os nossos ancestrais a fugirem de seus predadores, pois em situações de risco o cortisol contribui para escaparmos das situações de perigo.
Atualmente, nossos predadores são outros. Pode ser o trânsito, a fila de banco ou os inconvenientes do dia-a-dia. As glândulas recebem diversos estímulos do cérebro, que entende que essas situações estressantes são um perigo, e é isso que faz com que o cortisol seja produzido em demasia.
Além desses fatores, os hábitos rotineiros não saudáveis que são mantidos também possuem grande influência dentro da produção do cortisol, como a má alimentação ou uma rotina de sono desregulada.
Porém, o cortisol não serve apenas para te deixar estressado. Entre suas funções, está: reduzir inflamações, contribuir para o funcionamento do sistema imune e manter constantes os níveis de açúcar no sangue e a pressão arterial.
Então, se o problema está no aumento da produção do cortisol pelas glândulas, a solução seria diminuir ao máximo essa produção, certo? Errado.
A baixa produção do hormônio, assim como sua superprodução, também traz malefícios para o nosso corpo. Ou seja, ambos os excessos dessa substância no organismo trazem malefícios, porém de jeitos diferentes.
Efeitos negativos da alta produção de cortisol
O aumento crônico da produção de cortisol pelo organismo e, consequentemente, sua liberação no sangue recebe o nome de Síndrome de Cushing e tem vários efeitos negativos no nosso corpo. Os sintomas dessa síndrome podem ser percebidos fisicamente e psicologicamente, sendo eles:
- Aumento de peso e inchaço;
- Diabetes e elevação de açúcar no sangue;
- Osteoporose;
- Aumento do estresse, irritabilidade e depressão;
- Colesterol alto;
- Redução dos músculos e fraqueza;
- Pressão alta;
- Fragilidade na pele e aumento de manchas;
- Alteração no ciclo menstrual e dificuldades para engravidar;
O aumento da produção de cortisol pode estar relacionado com diversos fatores:
Estresse crônico e sono irregular
Não é só impressão sua, os momentos de estresse são desgastantes. Isso porque seu organismo interpreta esses momentos de modo a fazer com que a produção de cortisol aumente, intensificando sintomas de irritabilidade.
O sono também é uma peça chave quando o assunto é estresse. Quando dormimos, nosso cérebro funciona como uma máquina que apaga informações que não iremos precisar mais, deixando só o necessário.
Quando dormimos mal ou não dormimos o tempo suficiente (8 horas por noite, segundo pesquisas), o cérebro não consegue efetuar a sua função, e as informações desnecessárias acabam se acumulando, gerando cansaço e estresse para o dia seguinte.
Muitas pessoas que sofrem de insônia possuem o estresse não só como causa, mas também como consequência.
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Disfunção das glândulas adrenais
As glândulas adrenais ou supra-renais, que estão localizadas acima dos rins, têm ligação direta com o cortisol, pois é lá que ocorre a produção desse hormônio. Logo, quando elas sofrem alguma disfunção a produção de cortisol também sofre influência.
Tumor cerebral
O tumor cerebral também pode fazer com que aumente a produção de cortisol, pois estimula a sua secreção pelas glândulas supra-renais.
Consumo de corticoides
O uso de corticoides, como prednisona e dexametasona, por um período maior de 15 dias, aproximadamente, é uma das formas mais comum de excesso de cortisol no sangue.
Como equilibrar os níveis de cortisol
Como o cortisol está intimamente ligado ao sistema emocional, uma das formas de reduzir o cortisol é buscar tratamentos para a ansiedade e estresse. Para isso, deve-se buscar ajuda através de psicoterapia e reservar alguns momentos de lazer.
Vale também buscar por uma prática rotineira de exercícios físicos e ficar de olho nos seus hábitos alimentares. Você sabia que dá para amenizar os sintomas da ansiedade com a alimentação?
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Os efeitos negativos dos baixos níveis de cortisol
Não é só o alto nível de produção de cortisol que traz problemas para o organismo, a baixa concentração dele também!
Entre os sintomas de baixos níveis de cortisol estão:
- Fadiga e falta de energia;
- Falta de apetite;
- Dor nos músculos e articulações;
- Febre baixa;
- Anemia e infecções frequentes;
- Hipoglicemia;
- Pressão baixa;
Em mulheres grávidas, o nível baixo de cortisol pode resultar na má formação do bebê, atingindo principalmente pulmões e olhos.
Quando houver a presença dos sintomas do cortisol baixo deve-se avisar ao obstetra para que o diagnóstico seja feito, e o problema seja tratado o mais rápido possível!
A disfunção das glândulas supra-renais também pode evoluir para a síndrome de Addison, que é caracterizada pela falta de hormônio aldosterona que, juntamente do cortisol, realiza grande função no controle de estresse, pressão arterial e na redução de inflamações.
Além dessa disfunção, existem outras causas que reduzem os níveis de cortisol no sangue:
Depressão
Na depressão crônica ocorre uma grande diminuição nas taxas de serotonina dentro do organismo, o que faz com que o cortisol também acabe reduzindo.
Como equilibrar níveis baixos de cortisol
Em casos graves de cortisol baixo, deve ser feita a reposição desse hormônio. Quando o motivo estiver relacionado com alguma infecção ou, ainda, um tumor, o tratamento necessário seria a remoção do tumor, inflamação ou infecção que está causando a disfunção da glândula.
Quando o motivo do baixo nível de cortisol estiver relacionado com a depressão e estresse crônico, o tratamento deve ser feito junto a um psicólogo ou psiquiatra, com o auxílio de medicamentos antidepressivos prescritos pelo profissional.
Agora você sabe que o cortisol não é tão lobo mau como parece. Ele só precisa estar equilibrado para fazer direitinho o seu trabalho, tal como qualquer outro hormônio do nosso corpo. Então, o ideal não é mantê-lo alto ou baixo, mas sim equilibrado!